Já era tarde e ela se perguntava o que fazia ali. Uma noite cinzenta e triste como aquela não era a noite ideal para ficar na janela. No alto de seu sétimo andar, ela via as luzes lá embaixo. Carros passando e a chuva fina caindo. Seus pensamentos estavam distantes. Longe daquele lugar frio e triste. Eles (seus pensamentos) se encontravam além... muito além do que se possa imaginar.
Enquanto ela olhava para aquele cenário escuro, pensava na origem do mundo. Pensava nos quês e porquês dessa vida.
Não, ela não queria ter as respostas. Pelo contrário, ela se sentia bem por não tê-las.
Ela só ia querer ter as respostas se tivesse com quem compartilhá-las. E ela não tinha.
A janela era sua amiga. A noite, companheira constante. Mas no fundo ela só queria alguém para amar. Ela já tinha se cansado de ter que amar a chuva, a rua, a noite, a janela. Janela não responde. Janela não pergunta. Ela precisava de alguém para ouví-la.
Ela precisava de alguém para segurar na mão. Só assim ela sairia de sua janela daquela noite cinzenta, desceria até a rua e andaria sob a chuva fina. Segurando a mão bem forte.
Um comentário:
Hoje eu posso afirmar, com total certeza, de que eu tenho quem me ouça, quem eu posso segurar a mão. Eu não preciso de resposta para tudo mas, se eu as tiver, sempre vou poder e querer compartilhar com você. Eu o amo.
Postar um comentário