quinta-feira, 14 de julho de 2011

Tá frio, leva um casaco

Eu me pergunto até onde vou
Se já não guio passos, apenas sou
É que de manhã as vezes falta quem abraçar
E lá pelas tantas já nem tento levantar

Era bonito o dia, mas não podia ver
Tava fechando os olhinhos, meu dia-a-dia era descrer
Contaram-me uma história, juro não querer ouvir
Insistiram nas memórias até tudo se partir

Ahhhhhh... que pena que o gosto amargo já passou. A gente viu, não se virou. Esperávamos um pouco mais.
Ahhhhhh... a alegria que restou, pegamos tudo, você guardou... quem sabe um dia eu volte atrás.

Mas é assim, sempre foi, nunca será
E se duvida, espere um pouco...
Logo logo mudará.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Eu ficaria um pouco mais

Tenha calma. Estou tentando me ajustar.
Mudar demais é desacreditar.
É temer o futuro, pensar em acabar.
É lutar contra si mesmo, não se deixar levar.
Veja por outro lado, há espaço pra sonhar.
A gente mesmo se esquece e acaba por errar.
Mas isso tudo acontece, é um jogo de azar.
E mesmo aquele que não perde, pode um dia desabar.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

O tempo passa feito vento

Sentou-se calmamente, olhando a chuva
Os tons de cinza agravando a sua angústia
Pálido, feito criança que não come
Frágil, feito coração que nunca dorme
São histórias do seu próprio esquecimento
O desapego travestido num lamento
Pedaços de uma canção, alguns acordes
A ausência de paz, à beira da morte

Sempre alerta, dizia o ditado
Esqueceu-se de lembrar, pobre coitado
Guardou o sol dentro do armário
Viu secar completamente a água do aquário
Trocou conversa com um velho carinhoso
Lembrou de seu avô, velhinho bondoso
Derramou umas poucas lágrimas, nada de mais
Sentou-se mais uma vez, a chuva já não caia mais.