quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Metáforas inúteis.

Um rato que movimenta uma seta.
Letras em cima de teclas.
Palavras escritas por mãos.
Lápis sem ponta nem cor.
E os porquês são inexistentes.
Só se sabe que o fazer existe.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Chuva

E chove lá fora
Chove forte, fraco, frio
Gotas brancas, lindas, azuis
Gotas, garotas, meninos.
E os meninos não são mais os mesmos
Não há mais bola de gude nem campos de areia
Há video-games e obesidade infantil.
A minha geração, acredito eu, foi a última.
A última geração de crianças verdadeiramente crianças.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Save the cheerleader, save the world

E tudo isso não passa de ilusão. Não existem heróis nem mocinhas para serem resgatadas. O que vemos não passa de uma mera imagem criada pela mente de alguém que quer brincar de Deus.
Ele sim é o vilão dessa história. Muda as mendes dos fracos e os transformam em robôs. Robos estes incapazes de criar, mudar, transfomar. O único verbo que eles conhecer é: obedecer.
Eis aqui um mundo de alienados e pessoas que não se importam nem consigo mesmas. Pessoas que não estão nem aí para o aquecimento global ou para as mudanças climáticas. Pessoas que só querem saber de ganhar o seu e que o resto do mundo se ferre.
O fim de tudo se aproxima e a grande maioria de nós não move uma pena para que isso mude. Ao contrário disso, nos empurram para mais perto do fim.
Então nós, pessoas que querem o bem e tentam mudar o futuro, lutam uma batalha sem fim para que no final, pessoas como você destru tudo.
Acredite, nós não somos heróis nem estamos tentando nos tornar. Nós apenas queremos continuar vivendo.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Tristes palavras de um jovem triste.

E mais um dia chega ao fim, pelo menos para mim. Muitos têm trocado as horas e mudado o tempo, mas eu prefiro continuar assim: estático. Enquanto eu me preparo para dormir, a grande maioria está lá fora, fazendo coisas que eu morro de vontade de fazer, mas tenho medo. Medo de perder o auto-controle, medo de me perder.
Meus sonhos são tristes. Neles, pessoas morrem, os vilões vencem e a princesa nunca é resgatada. Todos os príncipes encantados se corrompem e todos os homens de bem, não são do bem. Na verdade, nos meus sonhos, não há homens de bem.
Acredito ser por isso que eu tenho medo de sair. Tenho medo de que a vida lá fora seja tal como meus sonhos. O que vejo pela televisão acredito ser algo como uma introdução de todo o mal incluso no mundo. E a partir dessa idéia que eu criei em minha mente, evito ao máximo o contato com o mundo de fora.
Acho também que se eu vivesse lá fora, eu não conseguiria ser um homem de bem. Me falta algo. Eles chamam esse algo de fibra, ética, de moral e o diabo-à-quatro. Essas virtudes, se é que podemos chamá-las assim, não se extinguiram. Elas apenas estão ocultas perante todo o mal que nos rodeia.
É triste ler palavras de alguém triste, mas apesar de tudo, eu não estou mentindo. Mesmo que tudo o que eu diga pareça clichê, melancólico ou algo assim, não passa de verdade.
Esse é o mundo em que vocês vivem, meus amigos. Um mundo onde quem não é mal, está a um passo de se tornar o pior de todos.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Enquanto.

Enquanto tudo poderia,
eu apenar ria.
E agora que nada pode
eu luto contra o poder.

Essas luzes no meu rosto
cegam, secam, mudam.
E eu vivo como um encosto:
cego, seco e mudo.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

boa noite.

O sol se foi e a escuridão dominou a cidade.
A luz dos postes tentam iluminar as ruas e vielas.
A noite, como eles dizem, é cheia de maldade.
Mal sabem eles que são eles quem tem medo dela.

About me

Quando me disseram que eu não era capaz, eu gritei em alto e bom som: vocês estão enganados. Me disseram muitas coisas. Muitas mesmo. A grande maioria delas eram mentiras. Como: as nuvens não são feitas de algodão. As nunvens são feitas do que quiser que elas sejam feitas.
Então eu comecei a fazer dessas mentiras as minhas verdades. Fazendo de lendas e conto-de-fadas os meus ideias. E a partir daí, as coisas pareceram se encaixar de uma forma incrível. E eles ainda continuam tentando me comprar, verder, matar. Mas mal sabem eles que por mais fortes que eles sejam (ou aparentam ser), a força não faz parte dessa história e enquanto eu souber no que acreditar, eu serei capaz de fazer coisas inimagináveis.
Viver de mentiras pode não ser tão ruim. Basta apenas saber usá-las. Mesmo que por fora minha vida aparente uma grande mentira, quem souber ver a essência da mesma encontrará, assim como eu, a verdade.

Bella.

Pequena era ela e com um sorriso brilhante tal como o sol. E no seu mundo, a tristeza aparentava não existir e, durante toda a sua vida, só tivera motivos para sorrir. E enquanto o outro mundo que não era a seu chorava de tristeza e de dor, ela caminhava de manhã por entre as árvores e ouvia o canto dos pássaros.
De fato, não se via ninguém tão feliz quanto ela. E tentaram dizer que ela era só sonho ou que ela não existia, até o dia que ela mudou o mundo.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Grades

Enquanto eu me esforço, as grades não se rompem.
Eles querem que eu faça exatamente o que eu estou fazendo. Mas agora eu irei surpreendê-los fazendo sempre o oposto.
Oras, e por que não criar um mundo em vez de viver num mundo onde há pessoas que mandam e desmandam? Criei um círculo não tão redondo mas é o suficiente. As horas passam e a incoerência aumenta. Mas agora, isso não importa.
O que eu realmente quero é recriar. Afinal, tudo se divide, tudo se tranforma. E as transformações são as chaves dessa cela.

Para isso.

Para isso, paraíso.
Enquanto sou, o sol é mais.
Mais brilho naquilo que aquilo é.
Eu pago meus pecados pecando pegajosamente.
Corro esperneando com as pernas de quem anda.
Ando andando muito triste enquanto a felicidade não anda até aqui.
Aqui é onde eu estou e não onde eu queria estar.

domingo, 11 de novembro de 2007

Faz-de-Conta

Uma manhã ensolarada. Mel caminhava lentamente entre a grama que gruardava ainda as gotas da chuva da noite anterior.
Mel era uma menina bela que adorava o céu. Para ela, não fazia diferença se ele estava azul ou cinzento. Ela amava o céu.
Mel queria poder um dia, tocar nas nuvens e sentir o vento lá de cima. Ela queria poder ver todo mundo ao mesmo tempo. Isso porque ela acreditava que lá de cima, isso era possível.
Naquela manhã, Mel estava atrás de uma borboleta. Uma borboleta azul. Azul como o azul mais belo do céu. Azul e cinza. Cinza do cinza mais belo do céu.
Ela queria tocar e sentir as asas daquela borboleta. E Mel a encontrou.
Não se sabe ao certo que rumo Mel tomou. Dizem que, desde que ela tocou nas asas da tal borboleta, ela passou a ver. A ver todo mundo. A ver tudo que ela sempre sonhou.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Longe

Andei distante. Esquecido por mim mesmo. Iludido pelo mundo. Apagado do registro.
Resolvi lavar a louça e lustrar os móveis. Resolvi arrastar a mobilha e mudar tudo de lugar.
Enquanto estive longe, procurei pensar no que fazer quando voltasse, mas descobri que não funciona.
A mobilha ficou legal e a louça está limpa.
Percebi que voltar pra casa é sempre bom e mudanças sempre são bem-vindas.

sábado, 3 de novembro de 2007

Amanhã.

Acordo cedo pensando no amanhã. Tenho várias idéias, muitas coisas a pensar. No final das contas, acabo não conseguindo pensar em nada.
Quero pensar além. Me iludir com o futuro. Ser além. Viver além.
Estou sendo escravo do amanhã. Estou me escravizando.
Preciso me dominar. Querer ser algo além. Voar além.