terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Sobre o que sou (ou não)

Eu sou um ponto de interrogação. Quem sabe até dois.
Seguidos por uma exclamação um pouco tensa.
E, no finalzinho da idéia, reticências.
Não digo que sou um etc ou quem sabe um continua. Sou apenas uma dúvida cruel e sem graça.
Uma dúvida que não duvida de quase nada.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Sobre o nada

Saboreio, com orgulho, as minhas palavras.
Digo, com amor, coisas fúteis.
Sinto, com destreza, o vento forte.
Sobre o nada, eu nem sei como.

Ando tão distraído que meu coração grita em meus ouvidos para que eu não me esqueça de fazê-lo bater.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Sobre o viver e/ou não viver

Separados por inquietantes mistérios suspensos em um ar um tanto quanto denso, a vida e a morte estão.
Situadas dentro de cabeças pensantes e sob um sol escandante estão as cabeças. Cabeças essas que possuem vida e morte Severina.
Ou quem sabe ainda, vivem e morrem inconstantemente constantes.
Mas sobre viver e/ou não viver estão uma questão maior. Não podemos, por mais esforça que se faça, definir essa questão. Mas se sabe que, seja ela qual for, a resposta é 42.
É engraçado pensar em algo tão maluco. Mas mais engraçado que isso é simplesmente pensar.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Sobre a inconstância dos seres

Sempre fui inconstante e isso sempre me agradou. A minha inconstância me fazia andar pelos opostos da vida e conhecer os medos e segredos do viver.
Mas a minha inconstância me fez agir errôneamente e hoje, não sei se ainda gosto dela.
Os seres têm por natureza serem inconstantes. Uns fogem e buscam ser o mais estático possível. Eu sempre fugi de toda essa monotia. Hoje, não sei mais o que me agrada.
Ainda sim, sou constantemente. Só não sei mais o que.

Sobre a continuidade dos seres

Perídos e periódicos gritam em meus ouvidos surdos. Entre uma palavra e outra há um grande intervalo e a medida que eu escrevo, eu me torno mais inconsciente.
Os seres são tipicamente seres. Monstros vestidos em fantasias surreais. E, por natureza ou não, se movem continuamente.
E essa continuidade dos seres, ou essa vontade de estar sempre caminhando, me deixa um tanto quanto inquieto.
Pode-se, nesse instante, prosseguir e no outro também. Mas não se pode parar e esperar um segundo.
O movimento nos leva pra muito longe e, muitas vezes, a lugar nenhum.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Despertador

Estou deitado em um quarto escuro esperando pela hora certa. E enquanto o despertador não toca para que eu me levante, uma parte de mim continua lá fora em meu lugar.
Não é um ser completo que escreve essas palavras. A parte mais importante dele está em um lugar intocável meditanto e refletindo sobre algumas coisas.
O despertador só vai tocar quanto não houver mais dúvidas.
Enquanto isso, o que sobrou de mim vai tentando tocar as coisas a diante. Pena que tenha sobrado somente a parte fraca e frágil. Mas mesmo assim, eu consigo prosseguir.
Quando isso tudo vai acabar, eu não sei. Mas eu espero que o fim chegue logo.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Nada

Por impulso, eu abro os olhos.
Em minhas veias, corre o que me ceda.
Em meus olhos, lágrimas que me cegam.
E em minha mente, porquês sem resposta.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Uma nova era

Foi só uma questão de tempo para que eu pudesse perceber que tudo tinha mudado. Por mais que eu tentasse não perceber, as coisas já não eram como antes.
Mas, eu sou homem e se um dia rastejei pelo chão, hoje sou capaz de voar pelos ares.
As dúvidas continuam aqui, mas o medo se foi e a minha capacidade de mudar entrou em atividade.
Recomecei e me recriei. Me tornei um novo ser capaz de superar essa fase ruim na qual eu estava.
Meus olhos estão abertos e sob meus pés estão um mundo novo. Mas esse novo mundo está ao meu alcance e eu não vou deixar que ele escape pelos meus dedos.

Estou pronto para, enfim, viver.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Nostalgia

... e pelas paredes, teias de aranhas. No chão da sala, insetos mortos e uma grande aglomeração de sujeira trazida pelo tempo. Se me perguntassem o porquê de tê-la abandonado, eu não saberia responder. O importante é que voltei e que o meu retorno trará uma nova fase.

Desclaro iniciado o período mais melancólico dessa casa abandonada.

Bom apetite.