quinta-feira, 21 de junho de 2012

O dia corre se você sorri

talvez seja a hora de abrir meu peito
pra quem sabe ouvir resposta
continuar conversa
descobrir que fui eleito por você.
pois há dias que o que eu preciso é de uma mão
mais um par de pés pra me segurar no chão
um coração novinho em folha pra me ouvir falar.

nesse sobe e desce de degraus
nesse calor escaldante que me esquenta e me deixa mal
eu penso nos dias de chuva e tranquilidade do nosso lar.
reescrevo histórias e as conto pra você
e dentro da minha mente tudo passa devagar, só você crê
parece que decifra todo o meu pensar.

não nego que não tenho muito a oferecer
quem sabe meu carinho, meu colo
sei lá, um buquê...
mas o pouco que tenho é teu e não muda
fica na estante, na parede suja
guardado com as chaves que dei pra você.

e não espero muito, nem espero pouco
espero um segundo onde eu diga que fiquei louco
e você diga: não faz mal, esse é você.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Caixa baixa

tem horas que abrir meus olhos é mais difícil do que dizer que a amo
e o sol que insiste em penetrar as frestas da janela me assusta como um demônio
eu só peço mais um pouco de tempo,
um copo d'água, sei lá.
essa dor que sinto vem de dentro
e não há uma pílula sequer capaz de curar.
nessas horas a gente percebe que o vento é essencial.
que quando o calor surge, ele o leva embora em seus braços...
tão longe que mal conseguimos enxergar.
pode parecer exagero de minha parte,
mas prefiro assim.
pensar que minha vida é coordenada por ações que cabem a mim,
e não a você.
e eu sei que me engano cada vez mais quando digo que isso não machucará,
mesmo sabendo que no fim o corte sangra aqui.
eu acabo transformando a mudança no meu dia-a-dia.
é uma forma de fazer o meu relógio perder sua função.
facilita a ação.
dificulta o viver.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Soma

A gente acaba ficando assim,
quase sem saber no que vai dar...
pensando no que pode ser,
ou naquilo tudo que virá.
Uma hora tá tranquilo no seu canto
e vê a história passar lentamente.
E, de repente, me cubro com teu manto
e esquento o frio que estava a me gelar.
É coisa que a gente não espera,
aparece bem depressa, te chama pra dançar.
E você que não dança há um bom tempo,
se recompõe, faz um breve aquecimento
e parte pro abraço que tanto quer ganhar.
Não hesita na hora de dizer que ama
e que quer guardar o passado, recomeçar.
Sobe num palanque, assume o volante,
faz o que for preciso pra vingar.
E no momento que ouve de volta tudo que relutou em dizer
sente o alívio subir pelas veias,
vê um novo dia amanhecer.
É hora de deixar tudo rolar,
deixar o futuro acontecer.
Nada de guardar para depois.
Tá na hora de transformar esse "um" em "dois".

terça-feira, 12 de junho de 2012

230

Sol pela manhã para esquentar a nuca,
o caminhar cansado de quem quase nunca
se esconde do vento.
Peço que me diga quando volta aqui,
pois minha vontade é de correr ali
e ver se há algo que eu possa mudar.
O transcorrer da história se parcela assim:
primeiro vem a sorte e depois o fim.
Mas deixa que uma hora há de se ajeitar.

Então eu mudo de lugar a estante,
troco o sofá.
Pinto de verde a geladeira pra você gostar.
E deixo que as rédeas sejam suas,
vem, pode pegar!
Escolhe o caminho que eu vou trilhar.
Destrói esse moinho que quer me assustar
e troca essa dor por um pouco de chá...
pra gente tomar.

Trocando em miúdos, a gente vê que não
dá para viver assim, bagunçado, no chão
e espera que se levante um leito pra dormir.
É que a noite chega e traz o que não quer:
o frio para lembrar que ela já foi a mulher
dona das respostas que você tanto quis.

Por fim, deixa de lado,
diz que é bobagem.
Esse presente louco já está de passagem.
Daqui a pouco chega um dia melhor.
Bota no canal 12,
muda a canção de tom.
Repinta a geladeira,
troca de garçom
e pede saideira,
diz adeus...
tá bom.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

14 polegadas

Você sabe do que me refiro...
Aquelas pequenas bolas luminosas que surgem
quando cerramos os olhos e os apontamos contra a luz.
É que essa luz me lembra muito bem...
Me lembra do seu olhar tranquilo,
da sua voz que acalma.
E eu não sei porque eu faço essa ligação boba.
Mas é que quando você tá, eu fico meio assim...
Mais pra lá do que pra cá. Bambeio.
E no meio dessa vida insana, eu firmo os pés na lama e converso com o céu.
Peço pro seu Pedro, seu João, Antônio casamenteiro
que me mande notícias do seu Senhor...
pois uma hora ele me falou que tinha um presente para mim.
Descobri, por fim, ser uma pequena tv que não mudava de canal.
Mostrava o seu dia-a-dia, como se fosse um mural.
Bom... eu fiz o que tinha que fazer.
Me mudei pra debaixo da figueira, puxei uma extensão, fiz uma fogueira
e lá morei até você aparecer.

Trilha sonora do meu sonho

Você continua andando em círculos,
procurando um lugar pra estacionar.
E é como se você tentasse dar um nó no vento
só pra ver se depois consegue desdar.
O que eu sempre digo é pra que você pare.
Pare por aqui, sente um segundo e ouça o que tenho pra dizer.
Continua procurando um novo lugar para morar,
mas eu te ofereço minha casa, minha cama...
Você insiste em negar.
Chegando nesse ponto onde você está,
tentando abrir a porta, pular o muro,
se integrar...
E no fundo você sabe que é tudo em vão
e que a canção está prestes a acabar.

Eu acabo te jurando que a chuva irá passar
te ofereço o meu peito,
meu apreço
e minha calma que nunca acabará.
É que doar meu tempo assim,
sem medo, sem penar,
me faz pensar que talvez você perceba que seu lugar é aqui
e não lá.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Eu vou pra casa

Tem horas que penso no futuro com tranquilidade
e vejo que o logo mais é cheio de velhas histórias,
repleto de boas memórias e se esvaziando de saudade.
Cada pequeno passo dessa noite me aproxima de meus próximos,
me aproxima dos amigos, desfaz todo esse imbróglio
e diz pra eu me acalmar.

domingo, 3 de junho de 2012

Guria

Deixa um espaço pro que há de vir
Reserva que um dia há de chegar
Vai levando a vida no pandeiro
Sem dinheiro,
sem candeio.
Tranquilo.

Faz uma limpa no que há por dentro
Nada de ódio,
um pouco de ópio,
porque são não se faz.
Os malucos fazem mais.

E por fora, dá um trato.
Cuida da garganta,
faz uma limpa no prato!
Tá na hora de abrir a janela
e deixar que a vida entre devagar.

E é isso mesmo...
Devagar!
Pois toda essa pressa só há de te atrasar.
E se tá afim de ver o futuro,
'cê tá errado.
Tem presente de montão desse lado do muro,
deixe de ser afobado.

É no hoje que a gente faz história
o amanhã, uma hora ou outra,
vira memória.