terça-feira, 19 de abril de 2011

Meu relógio marca 04:20.

Ainda não é o final. Ainda não é o último instante. Ainda não é.
E como aquele blues que costumávamos ouvir dizia, tudo ficará bem.
A gente só tem que tomar o caminho certo, a estrada correta e seguir em frente.
Ir a pé até o outro lado da moeda. Conhecer a morada dos nossos antepassados.
Meu nome não importa, seu nome também não. Nossos registros foram apagados e o que há de melhor está por vir.
Eu ouvi muitas histórias sobre tudo aquilo que estava reservado para nós e agora que sinto tudo isso se concretizar, minhas pernas tremem.
Bem... minha fraqueza é algo tão pequeno comparado a força de seu abraço.
Todas as estradas levam para o oeste. Todas elas.
Pois então venha e deixe os outros vivendo suas mentiras.
O tempo é só nosso.

sábado, 16 de abril de 2011

Iro, ilo, igo.

Te contarei, mas contarei em sigilo.
Cochichando bombas de hidrogênio em seu ouvido.
Fazendo do desapego meu melhor amigo.
Refazendo planos, escrevendo histórias, criando motivos.

Tem horas que me escondo em meu umbigo
O mundo é fácil quando se tem abrigo.
Eu pego o meu telefone e ligo
Esperando que me traga sorriso.

Sobre o meu amor, te digo:
Acho que é infinito.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Nosso táxi da morte.

Fomos pegos de surpresa, meu amor. A gente não esperava ter que tomar tantas decisões. Sei que agora pensaremos que deixamos muita coisa de lado, mas vamos acabar percebendo que era assim mesmo que devia ter sido.
Leve com você, agora, os planos para nosso futuro. Estou perdido demais para carregá-los. Sei que você fará o melhor.
Está frio e eu sei que seu abraço fará muita falta durante essa noite, mas é o preço a se pagar.
Já não temos mais a luz do sol para nos guiar, e os ponteiros do relógio correm mais rápido do que podemos acompanhar.
E quando eu era novo todo esse céu enorme só sabia me assustar. Com você perdi meu medo e ao mesmo tempo me achei em meio as dúvidas.
Enquanto eu voltava para casa, ouvia em minha mente a canção que havia cantado para me acalmar. Trocando os passos com calma, eu parecia não querer ouví-la parar de tocar nunca. Minha mente se encarregou.
Eu sei que pensa que são só palavras e que, no final, tudo isso será apagado, assim como nossas pegadas na areia. Eu sei que a fragilidade de minha voz não levará para você as certezas do universo.
Bem... eu serei apenas mais um turista, observando os seus passos, na espera do futuro.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Hey, Mr. Tambourine.

Eu vim lhe pedir para que ficasse aqui comigo, a ver o mar. Sentindo a areia fria por entre nossos dedos, o sol cegando lentamente nossos olhos e a brisa nos aproximando cada vez mais.
Eu pude sentir seu cheiro de longe, fitei seus olhos e tudo que vi foi minha paz. Talvez fosse tarde demais para dizer tudo aquilo que ficou para tráz... tavez agora nossas mãos caminhariam juntas sob o céu já cinza. É difícil afirmar, mas quem sabe.
E com o barulho das cigarras e o som dos carros lá embaixo, sentamos ao pé da escada do céu, contemplando nossos próprios erros e acertos. É assim o caminho, sempre foi e sempre será.
Dar o dolorido passo da descoberta e o grande salto da dúvida. Encontrar-se pelo menos uma vez em um estado absoluto de insanidade.
Como seria se sentir assim? Como você se sentiria? Buscaria as mãos de quem para se apoiar?
É pau, é pedra mas ainda não é fim do caminho. Conhecendo a mim mesmo, é só o princípio de algo sem fim.