Os pássaros acordaram cedo, mas não tiveram vontade nem força para cantar.
Sentei logo ali, sobre a grama úmida pra olhar o céu cinza.
As nuvens me olhavam tristemente. Pobre de mim.
Queria cantar uma canção pra fazer teu dia mais bonito.
Uma canção pra te fazer lembrar.
Não há.
Faltam acordes... falta minha melodia.
Não quero saber do passado. Não mais.
Mas meu futuro se reprime e me nega a cada dia que passa meu pouco de esperança que restava em meu coração.
Não estou triste, afirmo logo agora.
Estou farto... farto de meu amor.
Farto de me doar sem receber. Farto de me perder.
Sei que é justamente assim. É uma lei.
Tem dias que prefiro não acordar. Não levantar de minha cama molhada de lembranças.
Quero esperança, mas antes, amor de verdade
As vezes, estou pedindo demais.
No fundo, acho que mereço.
Já andei por estradas muito sinuosas pra provar que sou digno de um amor.
Já superei e derrotei os demônios de meu interior.
E agora me pergunto: Deus, por que não posso amar? Somente isso que preciso.
Deixo de lado minhas divagações sobre meu desamor.
Levanto de meu lugar cativo, lugar de gente fraca, e saio novamente a caminhar por esse dia cinza.
Vou correr um pouco, arranjar uns potes de tinta pra pintar nessas paredes o nome de uma só pessoa.
Quem sabe assim, só assim, o mundo, Deus, ela, perceba que não é muito que quero.
Quem sabe assim...
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