terça-feira, 15 de junho de 2010

Além do que se vê

Eu poderia dizer milhares de coisas sobre as mudanças, mas acho que não há necessidade. Passei muito tempo da minha estadia nessa casa falando sobre se manter constante e sobre mudar.
Hoje talvez seja o momento de eu descrever um recomeço.
Não é exatamente uma mudança. Ou talvez seja completamente uma, mas as circunstâncias as diferem.
Eu vinha buscando um recomeço, assim como todos nós buscamos um. Uma saída, uma válvula de escape para, então, dar um novo rumo pra isso tudo que chamamos de vida.
Esperamos achá-lo em uma pessoa, em um momento, em um lugar.
Esperamos sempre.
Ao invés de esperar, resolvi fazer eu o meu próprio recomeço.
Acordei cedo, abri as janelas e deixei a vida circular.
Me senti melhor.
O sol penetrou por meus olhos e me senti criança de novo. Tal como se acabasse de conhecer o mundo.
Vi o céu, ouvi os pássaros e percebi que realmente tinha mudado.
As coisas já não eram como antes.
Passei a sentir novamente cheiros, sabores. Passei a cantar novas canções.
Encontrei a vida, novamente. Ou talvez, pela primeira vez.
A estrada é muito longa, mas isso não faz de nós pequenos.
Somos donos de si e capazes de mover montanhas com palavras.
Se é assim, pra que insistir em esperar?
Foi bom perceber que eu e somente eu sou capaz de dar novas cores pra minha vida desbotada.

Um comentário:

Priscila Santiago disse...

Você escreve sobre as coisas que eu passo/penso e que não consigo por em palavras, mas simplesmente se encaixa perfeitamente comigo.
Um recomeço, que teve início comigo mesma, dentro de mim.

Mais uma vez, outro texto tocante.