quarta-feira, 30 de junho de 2010

Volta (Sobre o que virá)

Parece já passar da hora, mas ainda assim, não sei muito bem por quem esperar.
Na realidade, não sei se devo acreditar que alguém será capaz de esticar as mãos para de resgatar.
Não sei muito bem como lidar com essa situação.
Esperava saber as respostas para poder trilhar meu futuro, mas dentro de minha mente as coisas não são tão fáceis assim.
Nesse vai e vem de informações, não me vejo. Me perco.
Meus olhos pedem por nova esperança, pelo reencontro, mas meu coração não saberá o que fazer.
Diria eu milhões de frases de efeito para tentar disfarçar aquilo que todos já sabem.
Faria de mim uma grande fortaleza, quando na verdade, não passo de um castelo de areia.
Tenho certeza de que pra você não é novidade o que sinto.
Assim como não será novidade as minhas reações.
Assim como não será novidade minhas lágrimas.
Assim como será inevitável a dor.
Já faz tempo, mas ainda não passou.
Mas volta...
Deixa que o sorriso explique o que as palavras não conseguem.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Sobre a espera que se vai

Rezei por muitos dias para que eu tivesse futuro.
Pedi aos céus que guiassem meus caminhos, que controlassem meus pés.
As respostas demoraram a vir. Juro que para mim, não viriam mais.
Estava só, como sempre estive. Me acostumara com esse estado.
Entretanto, de súbito, vi minha espera ir embora, juntamente com o vento frio da tristeza.
Ah...
Justo eu, desligado das crenças maiores, tão confiante nos homens, fui procurar minha força nos céus, enquanto podia encontrá-la aqui, próximo ao meu sorriso apagado.
E quando a vi, tive medo de tomá-la para mim. Sentei e fiquei a ouvi-la. Ainda que seu silêncio.
As vezes, não há palavras para descrever.
Bom... agora que sei, não tenho dúvidas.
Meu coração se confortou de uma forma única, como não se confortava há tempos.
Encontrei o que faltava. Encontrei aquilo que havia ido embora e levara consigo minha paz.
Encontrei em outra forma. Encontrei em tamanhos maiores.
Encontrei o que sempre busquei.
E o sorriso que se outrora se apagara, hoje já não cabe em meu coração.
Finalmente, durmo em paz.
Sorte dos meus sonhos.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Ex-Terra.

Sobrou um espaço para as palavras finais.
Não soube realmente o que dizer.
Deixei o tempo passar, enquanto observava os ponteiros do relógio se moverem.
O frio bateu em meu peito... não percebi como os dias correram.
Me esqueci que o tempo muda. Estações.
Sinto falta dos carinhos que já não vem mais, mas acabo me entregando a outros sentimentos. Maiores, talvez.
Sentado em minha cadeira de balanço, observo o universo se comprimir e levar consigo as verdades que buscamos.
Minha ilusão se tornara a mais pura realidade. Meus medos estão presentes em seus diálogos.
Do mundo que sonhamos, só sobrou o nome.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Entre

Resolvi decorar meu quarto.
Arranquei fora minha alma e a cortei em pedaços disformes.
Hm. Admito que o resultado não foi lá muito satisfatório, mas não dava para esperar muito de uma alma como a minha.
Alguns pedaços ficaram caídos pelo chão e se misturaram com as cinzas do meu destino.
Ah... santa bagunça.
Viver nessa confusão chega a ser bom... tantas coisas fora do lugar me fazem esquecer de minha dor.
Acho que sei, no final, o que busco, mas acabo preferindo ficar por isso mesmo.
Me iludindo ou não, tanto faz.
Manterei-me nessa linha tênue.
Dos sentimentos que trouxe pra casa, o único que sobrou foi o desapego.
Os outros devem estar por aí, dentro de caixas, gavetas, ou mesmo embaixo da cama.
Não quero achá-los.
No momento certo, ele baterá na minha porta.
Não se procura amor. O acaso traz.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Além do que se vê

Eu poderia dizer milhares de coisas sobre as mudanças, mas acho que não há necessidade. Passei muito tempo da minha estadia nessa casa falando sobre se manter constante e sobre mudar.
Hoje talvez seja o momento de eu descrever um recomeço.
Não é exatamente uma mudança. Ou talvez seja completamente uma, mas as circunstâncias as diferem.
Eu vinha buscando um recomeço, assim como todos nós buscamos um. Uma saída, uma válvula de escape para, então, dar um novo rumo pra isso tudo que chamamos de vida.
Esperamos achá-lo em uma pessoa, em um momento, em um lugar.
Esperamos sempre.
Ao invés de esperar, resolvi fazer eu o meu próprio recomeço.
Acordei cedo, abri as janelas e deixei a vida circular.
Me senti melhor.
O sol penetrou por meus olhos e me senti criança de novo. Tal como se acabasse de conhecer o mundo.
Vi o céu, ouvi os pássaros e percebi que realmente tinha mudado.
As coisas já não eram como antes.
Passei a sentir novamente cheiros, sabores. Passei a cantar novas canções.
Encontrei a vida, novamente. Ou talvez, pela primeira vez.
A estrada é muito longa, mas isso não faz de nós pequenos.
Somos donos de si e capazes de mover montanhas com palavras.
Se é assim, pra que insistir em esperar?
Foi bom perceber que eu e somente eu sou capaz de dar novas cores pra minha vida desbotada.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Capa de chuva

Apaguei as luzes do meu coração. Agora ele vive no escuro.
Pode ser doloroso, mas foi necessário.
Meu coração estava vendo demais. Pensava achar amores em qualquer lugar. Coitado.
Precisei cegá-lo. Precisei fazê-lo entender que quando for verdade, ele saberá. E mesmo às escuras, será capaz de trazê-lo pra si.
Bom... agora, nessa escuridão, estou me sentindo um pouco frio. Talvez seja só o frio de fora, mas nunca se sabe.
Parece que não sinto mais como antes. É estranho, mas não ruim.
Me privar de falsidade é, no mínimo, um alívio.
Agora dá pra prosseguir... ou talvez não.
Que seja!
Viver na espera é pura fraqueza.
Agora, calcei minhas botas da esperança e comecei a caminhar.
Andarei um pouco ou muito, até tropeçar naquilo que me fará outra vez vivo.

sábado, 12 de junho de 2010

Senhora lua

Bom dia ou boa tarde ou boa noite, cara senhora lua.
Escrevo-lhe hoje para pedir-lhe que não sumas.
Que é teu brilho que me guia em noites escuras.
E sua beleza que torna minh'alma segura.

Se minhas palavras não forem suficientes, te suplico.
E enfim explico que me falta amor.
Que o que espero não virá embalado em vidro.
E se vier, sei que lhe faltará sabor.

Oh, menina...
Esqueça a lua por um tempo e deixa que eu faço um remendo pra esse seu coração parar de sangrar.
Ah, menina...
Abra seus olhos, ainda há tempo.
A primavera é um bom momento pra recomeçar.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Da distância que faz doer.

Sobre a saudade, não há muito o que dizer.
É cruel e doloroso, disso já sabemos.
Desses passos todos separando alguns pés, tiro a conclusão que o sofrimento é a base desse sentimento.
Hoje, sentir saudade é quase que prova de vida.
Saber que criamos algo e que agora sentimos falta, é provar para nós mesmos de que conseguimos mudar nossos rumos.
Da distância que faz doer, não tenho muitas palavras.
Somente sensações.
Se foram sorrisos, belos olhos, carícias, não importa...
Sabemos que foi e que se fez grandioso.
Ah sim...
Se pudesse, mudaria o rumo de tudo e transformaria toda minha saudade em presença.
Do lado a lado que tanto quero, crio meus sonhos.
Sonhos de vitórias e conquistas.
Daqui, do outro lado do universo, deixo meu sorriso superar os quilômetros pra dizer que não passou. E que não vai passar.
Hoje é o que é graças ao que passou.
Mesmo que agora não mude tanto quanto antes.

De longe, digo com louvor:
Sinto e muito com sua ausência.

O canto dos pássaros.

Não era um dia muito bonito. Pelo menos pra mim.
Os pássaros acordaram cedo, mas não tiveram vontade nem força para cantar.
Sentei logo ali, sobre a grama úmida pra olhar o céu cinza.
As nuvens me olhavam tristemente. Pobre de mim.
Queria cantar uma canção pra fazer teu dia mais bonito.
Uma canção pra te fazer lembrar.
Não há.
Faltam acordes... falta minha melodia.
Não quero saber do passado. Não mais.
Mas meu futuro se reprime e me nega a cada dia que passa meu pouco de esperança que restava em meu coração.
Não estou triste, afirmo logo agora.
Estou farto... farto de meu amor.
Farto de me doar sem receber. Farto de me perder.
Sei que é justamente assim. É uma lei.
Tem dias que prefiro não acordar. Não levantar de minha cama molhada de lembranças.
Quero esperança, mas antes, amor de verdade
As vezes, estou pedindo demais.
No fundo, acho que mereço.
Já andei por estradas muito sinuosas pra provar que sou digno de um amor.
Já superei e derrotei os demônios de meu interior.
E agora me pergunto: Deus, por que não posso amar? Somente isso que preciso.
Deixo de lado minhas divagações sobre meu desamor.
Levanto de meu lugar cativo, lugar de gente fraca, e saio novamente a caminhar por esse dia cinza.
Vou correr um pouco, arranjar uns potes de tinta pra pintar nessas paredes o nome de uma só pessoa.
Quem sabe assim, só assim, o mundo, Deus, ela, perceba que não é muito que quero.
Quem sabe assim...

terça-feira, 8 de junho de 2010

Calma coração

Quem diria...
Novos dias começaram.
E pra quem esperava o fim, o recomeço é a uma benção única. Um milagre.
Olhava há tempos pela janela já turva de minha vida sem conseguir sequer enxergar uma faísca no fim de meu túnel. Minha esperança havia se esvaído por completa e eu já havia desistido de escrever minhas memórias.
Não é luz que me falta. Não é vida ausente. Era amor.
E ainda é, se visto de perto.
Mas de que me adiante lamentar pelo passado triste que agora mexe com meus nervos?
Ele continuará aqui, até meu fim.
Então, traço uma linha paralela ao meu lado e crio um novo mundo pra viver.
Assim, acho novos motivos e algumas poucas novas sensações.
Encontro vestígios de amores imaginários e surreais.
Estou aqui, do outro lado do espelho, esperando que o tempo passe e leve consigo os dias ruins de minha vida. Sei que demorará, mas enquanto isso, no lustre do castelo, continuo meu caminhar.
Por entre os cacos que ficaram, encontro as o que me falta: coragem.
Meu coração se diz pronto para amar novamente.
Eu acho que não.
Darei tempo.
Não quero estragar com minhas mágoas a pureza de um novo amor.
Deixe que os demônios se cansem de me atormentar e aí então mostrarei a eles que ainda sou capaz de voar com os anjos.
Calma, coração.
Seu tempo há de vir.