De quanto em quanto tempo você volta?
Vem brevemente me buscar
só pra dizer adeus.
Eu quero tanto quanto antes, mesmo tempo,
horas avante
e me nego a te dizer que o fim chegou.
Tremores que assolam sujam ruas com furor,
derrubando da estante tanta coisa
que já nem sei mais pra onde eu vou.
É o pó que me faz tossir
seu perfume a atacar o meu nariz.
Eu prefiro, agora,
me esquecer.
Prefiro que você toque o barco rumo à costa.
Não quero saber do seu relógio,
do cerrar dos punhos,
de respostas.
Quero deixar que seja treze vezes pior pra mim.
E atravessando fantasmagoricamente essa parede,
me despeço dos seis ou sete sentidos,
chuto o balde, viro a mesa.
Tomei mais do que uns goles, antes que eu me esqueça.
terça-feira, 27 de novembro de 2012
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
A man of simple pleasures
Quero lhe falar de minha saudade
que arde a cada passo rumo ao Norte.
Dou-me mal com meu passado
por não poder fazê-lo presente
quando só quero resgatá-lo.
Lhe digo que minha dor se dá por eu não ter a chance...
a chance de fazer o que quero,
de dividir contigo o fardo que carrego
nesse mundo onde todos me olham sem me ver.
Conto horas, faltam poucas,
40 e tantas,
não sou bom das contas...
Mas peço que me espere por mais um pouco.
Não te levo uma coroa de ouro,
mas meu amor que nunca se perdeu.
E nesse andar que por vezes achei fadado ao fim,
ouço os sulistas cantarem que ainda se recordam de mim
e minha esperança brota de chão infértil.
E mesmo com o dia um pouco longe,
minha mala se encontra pronta,
encostada na varanda,
esperando que a pegue e, então, ande.
que arde a cada passo rumo ao Norte.
Dou-me mal com meu passado
por não poder fazê-lo presente
quando só quero resgatá-lo.
Lhe digo que minha dor se dá por eu não ter a chance...
a chance de fazer o que quero,
de dividir contigo o fardo que carrego
nesse mundo onde todos me olham sem me ver.
Conto horas, faltam poucas,
40 e tantas,
não sou bom das contas...
Mas peço que me espere por mais um pouco.
Não te levo uma coroa de ouro,
mas meu amor que nunca se perdeu.
E nesse andar que por vezes achei fadado ao fim,
ouço os sulistas cantarem que ainda se recordam de mim
e minha esperança brota de chão infértil.
E mesmo com o dia um pouco longe,
minha mala se encontra pronta,
encostada na varanda,
esperando que a pegue e, então, ande.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
He talks in maths
Esse seu lugar não é mais aquele.
Me refiro a dor que sinto
enquanto abro as janelas de vidro
para que o ar entre e leve embora o que aqui jaz.
Em sua prateleira eu vejo o livro que te inspirou,
dizendo em letras garrafais: how to disappear completely.
Eu vi você partir em meio ao pó.
Você ainda ouvia os vinis de seu pai
e tocava o coração de Martha que vinha somente para te olhar.
Enquanto eu tomava o chá,
você gritava que não há uma forma de fazer o chão parar de trincar.
Olhe só para seus pés,
fixe no chão sua raiz.
Eu sou teu atalho para o novo,
enquanto você insiste em botar pontos finais em cada sorriso em seu rosto.
Lembro-te, porém,
que és vivido e que já passou por maus bocados.
Lembro que você é profeta velho, que insiste em viver assim,
com esses poucos trocados
e que ao lado de ti devia haver alguém para te amar.
O dia amanhece mais uma vez, meu caro amigo,
e pela fresta da madeira que empenou entra um raio pra cortar,
entra o sol pra afirmar que o futuro já chegou.
Vê se lava esse teu rosto,
reforma a casa, paga o último imposto
e abre o olho pro que há de vir.
Me refiro a dor que sinto
enquanto abro as janelas de vidro
para que o ar entre e leve embora o que aqui jaz.
Em sua prateleira eu vejo o livro que te inspirou,
dizendo em letras garrafais: how to disappear completely.
Eu vi você partir em meio ao pó.
Você ainda ouvia os vinis de seu pai
e tocava o coração de Martha que vinha somente para te olhar.
Enquanto eu tomava o chá,
você gritava que não há uma forma de fazer o chão parar de trincar.
Olhe só para seus pés,
fixe no chão sua raiz.
Eu sou teu atalho para o novo,
enquanto você insiste em botar pontos finais em cada sorriso em seu rosto.
Lembro-te, porém,
que és vivido e que já passou por maus bocados.
Lembro que você é profeta velho, que insiste em viver assim,
com esses poucos trocados
e que ao lado de ti devia haver alguém para te amar.
O dia amanhece mais uma vez, meu caro amigo,
e pela fresta da madeira que empenou entra um raio pra cortar,
entra o sol pra afirmar que o futuro já chegou.
Vê se lava esse teu rosto,
reforma a casa, paga o último imposto
e abre o olho pro que há de vir.
quinta-feira, 8 de novembro de 2012
How does it feel?
Pedem para que eu feche a conta,
é hora de fechar as portas
e mandar os velhos pensadores para casa.
Eu me lembro do que Jack me dizia em seus livros
e faço de minha vida um retrato dos belos anos 50.
Seguindo os loucos e os desajustados,
por becos, vales assombrados,
cantando e pensando no que houver para pensar.
O som do trem que passa em contato com o trilho,
o apito que avisa que é hora de partir.
Vento forte no rosto de quem acredita em si
e caminha longe por sempre se cansar de ser quem é.
Olhe para o lado e veja quem te acompanha
e sacie sua sede de loucura com as palavras que ouvir.
Aprecie o dom de conhecer o novo,
idolatre o velho por garantir seu pé no chão.
Eu acho que meu mundo, antes de tudo,
é um monte de gente negando a ilusão.
sábado, 3 de novembro de 2012
Quando tiver 23 escreverei um grande poema
Anda pelo gramado verde,
farto de tristeza que ainda cresce.
Doces eram dias passados,
fortes trovadas,
suado, ensanguentado,
no limite de tudo que esperava.
Na capela, onde a oração ecoa,
doente pelo fardo que carrega,
implora para que tudo vá embora.
Confessa que a metade de sua vida
passou rápido, doentia,
e que deseja ofuscar sua memória.
Aponta o polegar pro vento,
espera que as rodas que agora correm
freiem para o seu penar.
Engole a saliva dura, dá um trago,
ajeita a postura,
começa logo a contar:
"Venho caminhando por essa estrada a passos largos,
tentando enfrentar alguns demônios,
apagar o meu passado para enfim me libertar.
Digo que a tristeza da conduta infame me lembra que por mais que eu ame,
não poderei nunca a conquistar"
Ao bater no balcão pedindo doses de melancolia,
insistindo para se focar na noite,
esquecer o dia,
engole a seco os socos que a vida lhe dá.
E ao gastar seus últimos dólares para ouvir uma canção,
arrebenta a corrente dos pulsos,
se livra da estrofe e refrão,
levanta e volta a caminhar.
farto de tristeza que ainda cresce.
Doces eram dias passados,
fortes trovadas,
suado, ensanguentado,
no limite de tudo que esperava.
Na capela, onde a oração ecoa,
doente pelo fardo que carrega,
implora para que tudo vá embora.
Confessa que a metade de sua vida
passou rápido, doentia,
e que deseja ofuscar sua memória.
Aponta o polegar pro vento,
espera que as rodas que agora correm
freiem para o seu penar.
Engole a saliva dura, dá um trago,
ajeita a postura,
começa logo a contar:
"Venho caminhando por essa estrada a passos largos,
tentando enfrentar alguns demônios,
apagar o meu passado para enfim me libertar.
Digo que a tristeza da conduta infame me lembra que por mais que eu ame,
não poderei nunca a conquistar"
Ao bater no balcão pedindo doses de melancolia,
insistindo para se focar na noite,
esquecer o dia,
engole a seco os socos que a vida lhe dá.
E ao gastar seus últimos dólares para ouvir uma canção,
arrebenta a corrente dos pulsos,
se livra da estrofe e refrão,
levanta e volta a caminhar.
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