Encontrava-se parado,
bem no centro da estrada,
enquanto caçadores atiravam
e patos vinham ao chão.
Ouvia o silêncio dos disparos,
sentia o vento do grande caminhão
que passa rápido,
sem nem perceber quem é o tal cidadão.
Se os pés se cansaram,
não sei...
Posso lhe dizer que gastei anos a procurar
e ainda não encontrei.
Se a escolha é dele? Afirmo que sim...
o que pudia fazer já fiz há tempos,
imprimi o roteiro, pauta, os argumentos,
e mesmo assim não pude impedir.
A brisa leva embora o sentimento triste que carrega.
Por de trás dos óculos,
há gotas que ainda o cega.
E mesmo que grite pra que pare,
que ajoelhe e implore que ele fale,
não há som que o faça desistir.
Já vi sonho se formar dentro de mim,
já fiz tudo pra fazer alguém lembrar,
já corri por entre carros,
pulei pontes,
me esqueci,
e descobri que não se encontra quando não é para encontrar.
Quando some de vista de tão longe
e eu sigo olhando o asfalto borbulhar,
faço reza, aperto o terço,
chamo Buda, Krishna ou Alá...
e imploro de maneira humilde
pra que meu amigo não se perca de tanto amar.
Um comentário:
"e descobri que não se encontra quando não é para encontrar" Difícil agir pensando assim né...Muito massa..seus textos dão muita imaginação pra quem lê..nesse parece que quem lê ta num deserto..com aquele rolinho de palha rodando haha..muito bom mesmo!Parabéns ae!
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