nuvens negras como seus olhos
e ventos tortuosos
arrancando a pele de meus ossos.
Minha viagem astral,
destino ao infinito, do outro lado da colina,
onde os índios escrevem com tinta
nas cascas de suas árvores de Natal.
Me desloco por esse mar aberto,
com alguns dos antigos amigos,
meu irmão e meu velho,
em busca daquilo que qualquer um quer.
Duvidamos da dúvida escrita na pedra,
do mistério que o divino carrega
e de tudo que o homem criou.
Entoando as canções dos navegantes,
dos pirantas à conquistar suas amantes,
das sereias que destroem a quem breve lhes amou.
O que afunda, hoje, é mágoa antiga
o tempo passa rápido,
cicatriza sua ferida
e me lembra, rapidamente, do que falava meu avô:
"Não sou menino, pois fui consumido pelo tempo.
Enquanto vivi na terra dos homens,
quando o vigor se fazia presente,
quando me chamavam de jovem,
batalhei por quem andava ao meu lado.
Me fiz homem, não morri afogado.
Lutei por aqueles que amei."
Agora, quando salgo minha boca
após os socos das ondas,
acordo meu espírito cada vez mais.
É como se o passado tivesse me iludido...
O hoje desentope meus ouvidos
e eu ouço os cantos celestiais.
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