segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Bem... talvez lhe falte.

Eu precisava mesmo me guardar um pouco e esperar o tempo passar. Aí então, quando os dias chegaram ao fim, pude dizer àquele moço que estava sentado naquela cadeira de balanço fazia algumas boas semanas: "Pronto!".
Bom... ele me olhou um pouco assustado e no seu rosto cansado eu via que não era o momento para eu partir. Mesmo assim, disse que já era tarde e que alguns poucos sonhos estavam a me esperar.
Quero dizer que... mesmo que... bom. Nem sempre é possível passar os dias inteiros sentado à beira de um riacho, somente a ouvir os pássaros e a sentir a brisa calma. É necessário um pouco mais de dor e de vida real.
A gente anda pra cima e para baixo, esquecemos dos lados. É normal para nós, que esperamos sempre os sonhos virem nos buscar.
A verdade é que, por muitas vezes, eles não virão.
Aí volta aquela vontade de reencontrar o velho moço, dizer pra ele que precisamos muito. Ele nos olhará com cara de quem não sabe bem do fim, e suas rugas se tornarão mais presentes, assim como engrossará sua voz e seu tom. Bem... não vamos nos assustar, no final. Ele há de dizer algumas poucas palavras, três versos, uma estrofe. Pouco, mas suficiente para tremer nossas pernas e nos dar ar.
É...
Pintei meu céu com novas cores depois de ouvir sua voz. Dá pra caminhar agora.
Se não sabe do que falo, bem... talvez lhe falte amor.

Um comentário:

Leo disse...

Sempre falta amor.