Tenho uma série de dúvidas,
ninguém pra responder.
Todo dia de manhã eu corro para o nada
e espero que as horas me tragam a noite,
a madrugada,
pra nela eu me esconder.
Eu acordo te dizendo coisas,
daquelas que hoje você diz que nem sequer conhece.
Me preparo para o choque,
já sabendo que palavras suas doem:
- Você merece!!!
Assumo a culpa, o erro e tudo mais.
Na minha conta pendurada,
junto com as chuteiras,
fim da jornada,
estão as dores que já levei pra ti.
E quando a vida me joga água
e me acorda,
de súbito me vejo longe de tudo,
alheio ao mundo,
fugindo de mim.
Tenho esse universo preso na cachola,
um mar de sentimentos na memória,
um amor tão afastado daí.
Navego, porém, em ondas que outrora dominei.
Que hoje escapam pelos dedos,
regressam todos os medos
sem a luz do farol que eu mesmo apaguei.
Abro o peito, então,
para dizer que não, não é assim que deve ser.
Escrevo no céu se for preciso,
rabisco um quadro negro infinito
com teu nome e os dizeres que nos farão viver.
Sei que já dissestes que palavras enfraquecem
e que armas não conquistam o bem...
Mas me encontro em meio nada,
entre o precipício e o corte da espada,
só querendo nos levar além.
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