quinta-feira, 31 de maio de 2012

Devagar

O meu dia amanheceu meio do avesso,
um bagunçado diferente
não tava acostumado
mas achei legal.
Na parede tinha um tanto de fotografia
com rostos que eu não conhecia
mas sentia que amava.

Pro café da manhã tinha torta de maçã
um suco pra revigorar
um comprimido pra dor parar.
Na cadeira ao lado tinha uma moça que dizia
que os dias que eu queria
estavam prestes a chegar.

E na doce esperança do futuro
me levantei e levei a vida leve.
Fui pro trabalho, peguei meu ônibus
ouvi o som dos pés cansados,
as vozes das mulheres tristes
reclamando do salário e de tudo mais que vissem.

Mas pra mim tinha mudado tudo
o diário escrevia grego,
eu entendia turco.
Vi que os lados que se opunham se juntaram para mim
que a vida que eu propus a ti começava
e que bons tempos haviam de vir.

Tudo bem achar que a vida é bagunçada e
que a hora tão esperada custará a chegar.
Mas é na manhã nublada, quando a fé já se foi de tão cansada,
que as coisas começam a se firmar.

O bom da vida tá no se deixar levar
se deixar viver
deixar rolar.
Uma hora ou outra,
tudo aquilo que é pra ser...
será.

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