quarta-feira, 2 de maio de 2012

Calma com a alma

Admito que por dias eu pensei em me mudar.
Construir uma família no alto de um monte,
plantar o que comer,
regar para colher,
recomeçar.
Estive pensando em te chamar pra ir comigo.
Tive medo de ouvir um "não",
ou que talvez me desse um empurrão:
"- Cresça, menino! Tire os olhos do umbigo!".
Não sei muito sobre mudanças.
Sei que talvez eu mude mesmo sem você.
Já tá na hora de eu botar meu coração no alto.
Passou da hora de eu comer asfalto
E então correr.

Mas no fim das contas eu confesso em carta ou em mensagem na caixa postal:
"- 'Cê sabe que tô indo embora, volto qualquer hora e vou te procurar.
Só preciso mesmo dar um volta, ver se acho uma pessoa que consiga me curar.
Peço que espere um pouquinho, quando eu voltar te trago um vinho, você prepara o jantar.
Aí a gente conversa sobre a vida e, quem sabe, decide o dia que a gente vai casar.".

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